Olá, pessoal!
Eu pertenço a uma época em que era obrigatório ler muito. Fazia parte
do conteúdo ler e pesquisar. Os meus professores faziam com que a
gente pesquisasse todos os conteúdos, eu ia para a biblioteca da cidade e lia
tudo a respeito do assunto (enciclopédia Barça) e fazia resumo. Pesquisava
naqueles livros enormes de capa com couro. No outro dia,
apresentávamos nossa pesquisa para a classe lendo na frente para todos. Foi
assim a minha escolaridade inteira. Éramos obrigados a ler a coleção vaga-lume.
Gente eu adorava. O livro ilha perdida, foi o que mais me marcou, me
transportou para o mundo em que os meninos ficaram perdidos na ilha. Fui
crescendo e continuando a ler muito. Eu preferia ficar em casa lendo, do que
sair para a rua nos finais de semana. Pois sou do interior e só saia de casa
nos finais de semana, para a praça. Como todos já disseram a leitura abre as
portas para muitos mundos novos e estimulantes. Te transporta para novos ares e
para novos conhecimentos, você acaba visualizando as imagens na sua cabeça e
parece que você realmente está no local. Li “O menino do dedo verde” e me
imaginava com esse poder todo de transformar tudo em flor. O pequeno príncipe,
este tivemos de fazer uma peça teatral. Foi muito legal. Quando já estava mais
mocinha, li o livro Diana coragem, era uma menina da cidade grande que veio
passar as férias em uma cidade do interior e acabou desvendando um mistério a
respeito de algum roubo. Não me lembro mais. Ela acabou gostando do rapaz mais
bonito da cidade; foi aí que entrei no mundo dos livros Júlia e Sabrina. Gente
eu devorava esses livros. Minha mãe queria morrer, pois vivia brigando comigo,
ela chamava para tomar café à tarde, para jantar e eu estava deitada na cama de
bruços lendo os livros. Fiz o magistério e o colegial juntos, lembro que no
magistério, fizemos a peça teatral “João e Maria”, eu era o pássaro que comia
as migalhas de pão e apresentávamos as peças que fazíamos na própria escola,
pois tinha um palco com cortina, camarote e tudo (escola pública). As crianças
do prézinho sentavam na frente e iam se sentando de acordo com os anos, pois as
escolas tinham todas as séries juntas. Me lembro até hoje de uma criança falar
alto quando eu estava representando: “ Há, mas o passarinho não comeu o pão!”.
Este episódio, me fez melhorar a minha apresentação, pois não havia agradado
aquela criança, que queria que eu comece o pão do chão de verdade. Minha passagem
pela escola foi muito rica. Me lembro com carinho de tudo que fiz. Gosto demais
da minha escola. Hoje, não tem mais nada disso (começa separando, primário do
colegial). Nós aprendíamos a respeitar os pequenos, já na escola, nós
protegíamos e líamos para eles no intervalo. Hoje é cada um para si e Deus
para todos. Devemos resgatar muitas coisas nas escolas,
para que tenhamos uma sociedade melhor. Sou professora devido a escola que
tive, gostosa, realmente muito gostosa.
MEIRY
Olá. A minha infância foi um pouco complicada em relação à descoberta para a leitura e escrita, pois acabei iniciando os estudos, direto no primeiro ano, ou seja, não cheguei a fazer pré-escola, pois naquela época minha mãe era dona de casa e sempre cuidou dos filhos, então acabei tendo o primeiro contato com a escrita e leitura com quase oito anos de idade. A pior fase foi nessa época, pois eu não era alfabetizada, tive muitas dificuldades e quase reprovei de ano. Porém, com o passar do tempo fui pegando gosto pela leitura, e sempre que possível minha mãe comprava livros, e nos incentivava. Eu sou do tempo que escrevia cartas, para pode comunicar com outras pessoas. E hoje eu percebo como é importante a criança ser estimulada desde cedo, para ter em seu dia-a-dia o hábito da leitura, pois a fase da infância tudo é muito mais fácil. Então, se as escolas desenvolvessem um projeto, poderia ser até como currículo de matéria de leitura e escrita, para desenvolver as nossas crianças desde cedo, pois a leitura é fundamental para que possamos escrever melhor, e infelizmente está se perdendo esta prática entre os nossos jovens.
MÁRCIA
Lembro-me bem, ainda criança, morando numa cidade bem pequena do interior de São Paulo, Rinópolis, onde não havia nem sequer uma livraria mas, de tempos em tempos, passava por lá um vendedor de livros e meu pai, sempre dava um "jeitinho" de comprar aluma coisa para mim e meus quatro irmãos. Guardávamos esses livros em uma estante de portas de vidro de correr, com muito cuidado e carinho. Todas as noites (não existia TV) depois do jantar era o momento de curtirmos nossos livros; dias de chuva então, passávamos a tarde toda ... Ler nos leva a pensar, refletir sobre nós, nossas vidas, sobre nossos alunos, nossas aulas,sobre o passado, o presente, o futuro ... Como disse Newton Mesquita em seu depoimento: "a leitura nos toca e detona tantas idéias e fantasias que se torna parte de nossa vida". Foi através da leitura e da escrita que pude concretizar várias coisas em minha vida, nem sei quantas ... desde uma simples receita de trico ou culinária até mesmo uma aula bem preparada. Foi através da leitura e da escrita que, na minha adolescência, época que não havia a internet, pude escrever cartas de amor (ou não), para pessoas, pois estudava num internato (longe de minha cidade), onde fiquei por três anos. Era através de cartas que podíamos conversar, trocar idéias, saber notícias, matar um pouco a saudade de casa. Tenho ainda algumas delas guardadas. A leitura, desde cedo, sempre fez parte de minha vida.
LILIANE
Como invejo as pessoas que nasceram na cidade grande!!!! E, como invejo os adolescentes dos dias atuais, são tantas facilidades, é um mundo repleto de leituras. No meu tempo e no meu rincão quase não existiam letras, as poucas que existiam ficavam confinadas dentro de uma pequena biblioteca que eu nem sabia se existia, mas isso não era obstáculo suficiente para impedir meu contato com as letras, certa vez abri uma caixinha de remédio da minha mãe e me pus a lê-la, óbvio que era de mentirinha pois nem à escola eu ia. Até que um dia sou transportado para uma outra família com um pouquinho a mais de recursos e eis que nas minhas descobertas encontro um amontoado de livros para serem queimados, e então me jogo sobre eles.Desse dia em diante, muitas outras vezes eu voltaria a este lugar. Continuava não sabendo ler, mas o contato com aqueles livros me transportava para um lugar mágico, maravilhoso. Ler eu só vim aprender no segundo ano do fundamental. Logo dominei a leitura e passei a devorar o livro usado pela professora para contar nossas estórias semanais. Assim se deu meus primeiros passos pelo mundo da leitura.
MIGUEL
Quando pequeno,
os símbolos que não faziam sentido me fascinavam, eu queria muito aprender a
ler e não via a hora de isso acontecer. Depois que aprendi, como qualquer
criança, todo folheto, revista ou jornal virou diversão. Um contato forte com
leitura que tive, influenciado por minha família, foi na igreja através de
histórias bíblicas. Também me lembro, na escola, de professores maravilhosos
que me iniciaram no mundo dos livros diversos. Lembro-me de uma
professora que após todo recreio fazia a hora da leitura e lia para a sala um
capítulo (ou parte dele) de um livro, era maravilhoso, todos ficavam em
silêncio absoluto para ouvir a progressão de acontecimentos na espécie de
“novela” de livro. Aprendi nesse momento o prazer de acompanhar uma história
através da leitura e todo o bem que isso poderia me proporcionar.
LUCAS
Olá. A influência da leitura é muito importante na vida de uma pessoa, pois fui alfabetizada aos 23 anos e quando vi a fala do cantor Gabriel o Pensador. Me vejo assim, quando estou escrevendo não acho as palavras certas, mas com o hábito de ler este medo está acabando. Tudo isso que aprendi devo a professora Cristina da 4ª série que o 5° ano de hoje.
MAISA
Sim,estou em acordo com todos os depoimentos aqui postados , tanto é verdade que a história da humanidade se divide em antes e depois da escrita.Podemos afirmar sem medo de errar que nossa história particular assim também se divide.
ResponderExcluir